sábado, 5 de setembro de 2020

Azitromicina não é eficaz em pacientes com Covid-19 em estado grave, diz estudo



Um estudo brasileiro publicado na sexta-feira (4) pela revista médica britânica The Lancet mostrou que adicionar o medicamento azitromicina com a hidroxicloroquina para tratar pacientes internados em estado grave pela Covid-19 é ineficaz.

Segundo a CNN Brasil, essa é a primeira pesquisa controlada no mundo para testar os efeitos do fármaco, que também não trouxe diferença significativa no tempo de internação dos pacientes.

O trabalho analisou 447 pacientes entre março e maio de 2020. O remédio foi ministrado em conjunto com a hidroxicloroquina em todos os indivíduos.

“Nossas descobertas não apoiam o uso rotineiro da azitromicina em combinação com a hidroxicloroquina em pacientes com Covid-19 severa”, escreveram os membros do grupo brasileiro Coalizão Covid-19 Brasil.

Diretor do Instituto de pesquisa do Hospital do Coração (HCor) de São Paulo e um dos autores da pesquisa, Alexandre Biasi, detalhou os resultados.

“Não encontramos aumento de efeitos adversos, mas simplesmente não há efeito benéfico”, disse.

“[A azitromicina] é um medicamento que age contra bactérias. Muitas das pneumonias, doenças infecciosas do pulmão são causadas por bactérias e é um excelente medicamento, extremamente útil. Mas com infecção viral, não há efeito benéfico algum”, explica.

Biasi disse que não há dados suficientes para avaliar o efeito em pacientes que não foram hospitalizados, mas que não espera que tenha qualquer vantagem.

“Temos evidência e a evidência é que não funciona, tanto a hidroxicloroquina e azitromicina”, afirmou.

“É melhor avançar com respostas firmes e aos poucos, que a gente possa confiar, do que sair arriscando sem ter embasamento apropriado”, finaliza.

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