Rafael Ribeiro/ CBF
Os titulares da seleção brasileira seguem em alta sob o comando de Carlo Ancelotti. Depois da goleada por 5 a 0 contra a Coreia do Sul na última data Fifa — a derrota para o Japão contou com time reserva —, o técnico italiano conduziu a equipe a uma boa e convincente vitória por 2 a 0 contra o Senegal, que estava invicto há 26 jogos. Estêvão, artilheiro da "era Ancelotti" com quatro gols, e Casemiro marcaram os gols da partida.
Mais do que só o resultado, a seleção brasileira teve atuação coletiva animadora, principalmente na primeira etapa. Sólido e experiente, o quarteto defensivo contou com Marquinhos e Gabriel Magalhães na dupla de zaga, com Militão na lateral direita e Alex Sandro na esquerda.
Contra uma seleção senegalesa comandada por Sadio Mané no ataque, e com grandes valências físicas e técnicas, os quatro defensores souberam proteger bem a área e fizeram com que Ederson praticamente não fosse exigido — Militão ainda foi bem no apoio ao ataque, com o auxílio de Bruno Guimarães e Estêvão. O goleiro, que chegou a dar um susto ao errar saída de bola, fez apenas uma defesa ao longo dos 90 minutos.
Ataque móvel brilha
Mas foram os jogadores de criação e do setor ofensivo da seleção brasileira os protagonistas da noite de ontem. Cada vez mais entrosados, Casemiro e Bruno Guimarães se consolidam como a dupla de volantes titular para a Copa do Mundo. Ambos têm demonstrado, desde a chegada de Ancelotti, boa capacidade em se alternar na caça aos meias adversários e na participação na construção das jogadas de ataque.
Um exemplo disso é que, apesar de Bruno ser o homem mais avançado da dupla, foi Casemiro quem participou dos dois gols. No primeiro, o camisa 5 conduziu bola e tentou enfiada pelo meio, mas viu o passe ser desviado e sobrar na medida para Estêvão, que chapou e abriu o placar. Depois, dominou cruzamento de Rodrygo em cobrança de falta ensaiada e deslocou Mendy para dar números finais ao confronto ainda no primeiro tempo.
Os dois gols, porém, não são suficientes para representar o alto volume ofensivo que o Brasil apresentou na etapa inicial. Ao repetir o quarteto de ataque com Estêvão, Rodrygo, Vini Jr. e Matheus Cunha, Ancelotti viu os quatro terem bom desempenho individual e coletivo, com boas movimentações e a procura constante por tabelas. Perdida defensivamente, a seleção senegalesa não conseguiu conter o ímpeto brasileiro e ainda sofreu com a pressão alta imposta nos primeiros 45 minutos.
Com ressalve pela incerteza da presença de Cunha no time titular, pela possibilidade da entrada de um centroavante fixo ou de outros jogadores importantes, como Raphinha, esse esquema se credencia como um dos favoritos a ser utilizados na Copa do Mundo. A ver se Ancelotti dará continuidade a ele contra a Tunísia, ou se utilizará a partida para fazer mais testes entre os reservas.
Por
João Pedro Fragoso
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